Prevenção de Perdas no Transporte de Materiais
- 09 OUT/14
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O transporte de materiais é de suma importância para a economia global, independente do modal escolhido.
No Brasil o transporte de carga apresenta as seguintes participações modais: rodoviário, 61,1%; ferroviário, 20,7%; aquaviário, 13,6%; dutoviário, 4,2%; e aéreo, 0,4%.
Cerca de 1,6 milhões de km de rodovias, federais, estaduais e municipais, mas apenas cerca de 212 mil km são pavimentadas, ou seja, pouco mais de 13% do total. Segundo a última pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, 67% das rodovias pavimentadas brasileiras podem ser classificadas como deficientes, ruins ou péssimas.
Assim é imprescindível planejar considerando o custo x benefício do modal, partindo do princípio que devemos entregar no tempo certo a quantidade solicitada.
Segundo o estrategista chinês Sun Tzu (2006, p.53) “Nos planos de um chefe inteligente, as considerações sobre vantagens e desvantagens devem estar harmonizadas. Se a nossa expectativa de vantagens for mesclada dessa maneira, poderemos ter sucesso no cumprimento da parte essencial dos nossos planos”.
Dessa forma listo algumas dicas e recomendações para a realização do check list com foco no modal rodoviário:
- Definir o roteiro de viagem prevendo e estabelecendo os locais para abastecimento, refeições e eventuais pernoites (quando for o caso).
- Informar ao motorista e ajudante o horário de atendimento do recebedor dos materiais.
- O motorista deve possuir CNH compatível com o tipo de material a transportar e veículo a dirigir.
- Fornecer ao motorista e ajudante calçado de segurança e uniforme com logotipo da empresa e, se possível, com o nome do usuário.
- O motorista deve possuir os EPI’S recomendados pelo empregador e pelo recebedor.
- Fornecer ao motorista e ajudante crachá que contenha o nome completo, RG, CPF, foto e tipo sangüíneo, bem como os dados da empresa e número de telefones para os casos de emergência.
- A acomodação dos materiais no interior do veículo deve estar de acordo com o roteiro.
- Todos os materiais devem sempre ser acompanhados da respectiva DANFE – Documento auxiliar da nota fiscal eletrônica (NFE).
- Não permitir caronas ou a permanência e nem o transporte de crianças no veículo.
- Os tacógrafos devem ser auditados e à prova de fraude.
- Os pneus devem estar em bom estado de conservação e calibração adequada.
- O nível de óleo e validade deve ser verificado permanentemente.
- A quantidade de combustível deve atender o roteiro e prever reserva, afinal em tempos de chuva, é possível que tenhamos que refazer o roteiro por conta de queda de barreiras entre outros.
- O Triangulo de emergência deve estar inteiro e pronto para ser utilizado.
- O pneu estepe deve estar cheio e em bom estado de conservação.
- O Extintor deve estar dentro da validade de garantia, inspeção e ensaio hidrostático do cilindro.
- A parada para almoço deve ser realizada em locais conveniados, levando em consideração local para estacionar o veículo.
- Verificar junto ao recebedor as dimensões de acesso da portaria, muitas entradas são estreitas e incompatíveis com o tamanho do veículo.
- As placas de identificação do veículo precisam estar legíveis.
- Implantar um controle de fumaça preta.
- Definir se haverá escolta e, em caso positivo, se ela será velada, ostensiva, armada ou desarmada.
- Definir o sistema de comunicação entre a base, o veículo e a escolta (quando houver).
- Definir o sistema de rastreamento e bloqueio.
- Definir a utilização de botão de pânico fixo e móvel.
- Contratar seguro para a carga e veículo.
- Definir a instalação de câmeras na cabine e local da carga.
- Contratar gerenciadora de riscos.
Observa-se que as recomendações são de prevenção e reação, exigindo um planejamento integrado de muitas áreas, tais como segurança patrimonial, fiscal, segurança do trabalho, manutenção, entre outras.
Portanto, a integração das áreas dentro da cadeia como um todo, deve ser estimulada continuamente, assegurando por meio da prevenção de perdas o gerenciamento de riscos e a continuidade dos negócios.
É óbvio que este artigo tem a finalidade de aguçar o planejador, contribuindo com o processo de melhoria contínua.
Não podemos esquecer que um plano de gerenciamento de crises deve fazer parte da Prevenção de Perdas, bem como, o plano para atendimento de emergências e retorno das atividades.
Teanes Carlos Santos Silva